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Crer: as imagens de uma aventura

No dia 17 de Novembro, às 10h, no Museu Pio XII, será inaugurada a exposição de pintura de Isabel Nunes: “Crer: as imagens de uma aventura”.

A iniciativa insere-se no âmbito do Átrio dos Gentios, acontecimento que se espalhará, entre os dias 16 e 17 de Novembro, pelas cidades de Guimarães e de Braga, respetivamente capital europeia da cultura e capital europeia da juventude.

Espera-se que na inauguração possam marcar presença, entre outras individualidades, o Cardeal Gianfranco Ravasi e o Prelado português D. Carlos Azevedo, atualmente a trabalhar no Conselho Pontifício da Cultura, organismo que vem fomentando a organização do Átrio dos Gentios em várias cidades europeias e de outros continentes.

A exposição ficará patente ao público desde 17 de Novembro a 2 de Dezembro, nos horários normais de funcionamento do Museu.

Por entre as obras que os visitantes poderão contemplar contam-se um Mapa Mundi, tela de grandes dimensões, convite à abertura de horizontes e à globalização; um conjunto de telas sobre o credo, carregadas de bela simbologia e de efeito estético notável; um conjunto de telas representando a Última Ceia, numa configuração verdadeiramente original; uma tela representando Nossa Senhora Rainha; uma outra figurando a Santíssima Trindade; um conjunto de telas evocando figuras ilustres da geração de 500, período em que Portugal deu novos mundos ao mundo, tornando esse mesmo mundo mais pequeno e as culturas mais próximas.

Esta exposição, portanto, permite-nos uma viagem, das nossas raízes aos tempos que correm, recordando quantos ao longo do tempo rasgaram caminhos de globalização, abriram fronteiras e nos colocaram na liderança de uma Europa com as janelas abertas.

Como escreve a própria pintora:

Eis-nos no centro da Europa! 

Contribuiu a pintura, durante séculos, para registar e assim dar a conhecer as «novidades» da natureza com as suas invulgares espécies vegetais e animais, como também os seres humanos de cores e habitats invulgares. 

Passam-se os tempos e, o que era invulgar, tornou-se vulgar e, quem era diferente, passou a ser igual.

Em frente à tela, de pincel na mão, num gesto guiado pela emoção, lanço as cores dos sentimentos, em movimentos de vaivém entre o passado e o presente.

Represento, representando, aquilo que fomos, o que somos, a face do passado, o rosto do presente.

Colagens, texturas, cores, velaturas. E a mão do pintor, ao lema da paleta, convida os navegadores de hoje, encorajando-os a balançar na ondulação «do querer é poder» e, assim, trilhar com coragem o mar de hoje, que irá erguer o mundo novo do amanhã”.

Centrando-se nos retratos que Isabel Nunes esboça dos heróis de 500, Rui Rocha, escrevendo de Macau, a 10 de Junho deste ano de 2012, assim se pronuncia, alargando depois o discurso para o estilo que carateriza a obra da pintora Isabel Nunes:

“[…] Isabel Nunes faz ressoar, por entre «colagens, texturas, cores, velaturas», de forma luminosa e com vibrações cromáticas dominadas pelo vermelho-carmim, a grandeza de uma época nacional, e europeia também, através de uma temática favorita do Renascimento, o retrato – como reflexo do espírito humanista da época, isto é, da afirmação da individualidade e da valorização das capacidades e das realizações individuais. 

A arte de Isabel Nunes é, como tão bem caracterizou Ana Duarte, «um percurso na pintura e na vida». É, afinal, uma arte textual, iluminada, singular, sensualmente sedutora, quente, decididamente apaixonada pela cor que confirma o rasgo talentoso, vibrante, emotivo que emerge, de forma muito consistente, ao longo do seu percurso artístico […]. 

A ideia do esbatimento, da meia definição do retrato das figuras da época enuncia inteligentemente um convite, um desafio até, «aos navegadores de hoje» […]. Este conjunto de memórias é ainda o encorajamento a «lavrar o mar» e a retomar de novo a generosidade da abertura a uma nova cidadania planetária, assumindo a nossa comunidade de destino humano comum, consignando e realizando a sociedade fraternamente solidária nos princípios da igualdade de direitos e de valor da dignidade humana e do diálogo intercultural”.

Isabel Nunes nasceu a 23 de agosto de 1957 em Cascais. É licenciada em História, opção História de Arte, pela Universidade Nova de Lisboa. Frequentou o Curso de Pintura da Academia de Artes Visuais de Macau, a International School of Art, em Montecastello di Vibio, Itália, e a Painting Masterclass na Slade School of Fine Art do University College of London, Reino Unido.

Realizou mais de três dezenas de exposições individuais, espalhadas por Macau, Lisboa, Setúbal, Coimbra, Fundão, Montemor-O-Velho, Viseu, Portimão, Vendas Novas, Cascais, Porto…

Integrou também três dezenas de exposições coletivas, salientando-se as realizadas na Galeria da International School of Art, em Montecastello di Vibio, Itália, na Galeria de Exposições da Casa Garden, em Macau, na Galeria do Northern Trust Bank of Naples, Flórida, Estados Unidos da América, na Pearson Gallery, Londres, Reino Unido, na Arte Expo 99, em Las Vegas, Estados Unidos da América, e na coletiva de apresentação do projeto “Born in Europe”, em Berlim, Alemanha.

Director do Museu, Cónego José Paulo Abreu

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